«Professor de Física na Universidade de Coimbra (UC), cientista ímpar, orador notável, fundador do blogue “De Rerum Natura” e antigo Diretor da Biblioteca Geral de Coimbra – a belíssima Biblioteca Joanina…
Podíamos continuar os elogios, mas todos ficam muito aquém da palestra
que os presentes tiveram oportunidade de assistir. Carlos Fiolhais aliou
o dom da palavra aos conhecimentos científicos e à paixão arrebatadora
que tem pelos livros – a sua maior extravagância, confessou, nada
envergonhado. “O primeiro dinheiro que ganhei num concurso
escolar foi para comprar um livro. Como tenho uma grande biblioteca
espalhada por vários locais, acontece-me outra coisa curiosa que é
comprar livros que já tenho”, disse, rindo e fazendo rir os restantes.
Lembrando que a carreira de Físico a escolheu devido aos livros, a quem mais deve “depois dos pais e dos professores”, Carlos Fiolhais tem a certeza de que quando se encontrar com São Pedro, a sua função de guardador de livros, “bons livros”,
frisa, vai contar muito para o currículo terreno. A assistência riu
generosamente, mais uma vez, e ouviu mais sobre a apresentação que
versou sobre “Os livros e as bibliotecas – do papel ao digital”, desta
feita com a ajuda de excertos do livro “Cosmos”, de Carl Sagan. “Este é um daqueles livros que devia estar nas prateleiras de todas as bibliotecas escolares”,
referiu ao público, ao mesmo tempo que partilhou com os presentes um
excerto do capítulo “A persistência da memória”, que culminou com a
frase arrepiante de que “um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia”
– tendo em conta que além de funcionar como um prolongamento dos nossos
genes e do conhecimento que está alojado no nosso cérebro, conseguindo
guardar prodigiosamente informação fora do nosso corpo, o livro e as
bibliotecas conseguem perdurar à morte humana, deixando-nos o legados de
artistas, cientistas, filósofos e poetas que morreram há milhões de
anos. E que pode ser isto mais do que magia? O silêncio que se gerou,
subitamente, não respondeu.
Os físicos também têm o seu quê de mágicos, acrescentou, porque
atualmente ajudaram a que seja possível trazer a biblioteca no bolso. E
se, na Antiguidade, assistimos à grande Biblioteca de Alexandria, com a
revolução na Imprensa – graças aos carateres móveis de Gutemberg e à
revolução informática que tornou o www rotina diária de navegação…
Podemos concluir, continuou Carlos Fiolhais, que “a Internet serve para muito mais do que namorar e estar no facebook, já que também dá para ler livros”.
Partilhando com o público que já agarrou no mesmo livro que Camões, referindo-se à rara edição de “Os Lusíadas” existente na Biblioteca Joanina,
Carlos fiolhais deixou indicação à assistência de que poder aceder a
património literário raro e único na Europa e no mundo é possível,
através do endereço Alma Mater
da Biblioteca Digital de Fundo Antigo, que contém versões online de
preciosidades que comprovam, quer analogicamente ou em formato digital,
que os livros vão continuar a existir e valem muito a pena ser lidos.»
Fonte: Mais Educativa
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